lunes, 28 de julio de 2008

Brasil,Bolívia e Chile discutem sobre corredor interoceânico


Brasil,Bolívia e Chile discutem sobre corredor interoceânico

O governador André Puccinelli abriu hoje (4) em Campo Grande o Encontro Trilateral sobre o Corredor Rodoviário Interoceânico Chile-Bolívia- Brasil. “É uma satisfação que esse sonho de muitas décadas agora se materialize”, afirmou às delegações estrangeiras e representantes do governo brasileiro que participam do encontro.

Coordenado no Brasil pelo Ministério dos Transportes, o corredor consiste na interligação de estradas e no estabelecimento de acordos que facilitem o trânsito de cargas e pessoas, além do fomento ao turismo. A interligação será feita de leste a oeste da América do Sul, desde o porto de Santos (SP), no litoral atlântico brasileiro, até regiões portuárias chilenas de Iquique e Arica, no Oceano Pacífico. Mato Grosso do Sul, cortado pela BR-262, está nessa rota.

As delegações contaram com as presenças dos embaixadores Álvaro Diaz (Chile) e Mauricio Dorfler (Bolívia); do embaixador brasileiro no Chile, Mario Vilalva; e do secretário nacional de Políticas de Transportes, Marcelo Perrupato.

Na saudação de abertura, Puccinelli disse estar certo dos inúmeros benefícios que a rota integrada vai representar para os três países, e o quanto vai favorecer a integração econômico-financeira.

O secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, revelou que o potencial da área abrangida pelo novo corredor rodoviário é de 135 milhões de toneladas de produção de grãos. Além disso, tem grande potencialidade para explorar a atividade turística e tirar melhor proveito de atrativos como o Pantanal, o deserto do Atacama e a Região dos Vales.

“O projeto visa a inserção da economia dos países e a ampliação da nossa capacidade de competição internacional”, destacou, apontando que ao priorizar a proposta, os presidentes dos três países estão criando condições para as riquezas chegarem aos portos “ e mais do que isso, estimulando o desenvolvimento da atividade dentro da própria região”.

Transporte intermodal

Embora o eixo central da integração sejam as estradas, Passos aponta que um dos grandes benefícios é facilitação e o estímulo ao transporte intermodal. A organização viária possibilita articulação com rodovias e ferrovias nas regiões de abrangência.

O secretário do Ministério dos Transportes acredita que o encontro mostrou a convergência das autoridades dos três países. “Em primeiro lugar, ficou clara a disposição em concluir as obras de pavimentação [de estradas bolivianas] até o ano que vem. Em segundo, o interesse em acertar aspectos operacionais em diversas áreas, que precisam ser ajustados para que o corredor funcione”, avaliou.

Comitivas do Brasil, do Chile e da Bolívia vieram para o encontro na Capital. O embaixador boliviano no Brasil e representantes dos ministérios dos transportes brasileiro e chileno apresentaram um panorama de como está a organização do corredor em cada país.

As obras ainda pendentes para que a parte estrutural do corredor interoceânico seja inaugurada estão na Bolívia. Segundo o embaixador Maurício Dorfler, o país enfrenta problemas em função do aumento de custo de matéria-prima, mas a conclusão está garantida para setembro de 2009.

Participaram do encontro autoridades transporte, aduana, imigração, controle sanitário e turismo, e representantes do setor empresarial do transporte de carga e de passageiros.

04/07/2008 - 13:41